Índice
• Porque alguém tenta o suicídio?
• Os suicidas são “loucos”?
• Falar sobre suicídio encoraja o acto?
• Então que tipo de factores pode contribuir para alguém ter pensamentos suicidários?
• Como saberei se alguém com quem me preocupo tem pensamentos suicidários?
• Sinto-me pouco à vontade com o assunto. Como lidar com a situação?
• Se acha que é um potencial suicida
• Conversar, conversar, conversar. Como pode uma conversa ajudar?
• Como funcionam os serviços de apoio telefónico?
• E eu, corro este risco?
• Como o suicídio afecta amigos e familiares?
• O suicídio é ilegal? Isso não impede as pessoas de o cometerem?
• As pessoas têm o direito de se matar?
• O suicídio é pecado?
SOS Suicídio
O suicídio
Não, ter pensamentos suicidas não implica ser-se “louco”, nem necessariamente ser doente mental. As pessoas que tentam o suicídio estão seriamente afligidas e deprimidas. Esta depressão pode ser reactiva, situação que é perfeitamente normal em circunstâncias difíceis, ou pode ser uma depressão endógena que é o resultado de uma doença mental diagnosticável com outras causas subjacentes. Também pode ser uma combinação das duas.
A questão da doença mental é difícil porque ambos os tipos de depressão podem ter sintomas e efeitos semelhantes. Além do mais, a definição exacta de depressão como doença mental diagnosticável (ex. depressão clínica) tende a ter diferentes matizes, assim o facto da pessoa que se sente afligida o suficiente para tentar o suicídio ser diagnosticada como sofrendo de depressão clínica pode variar de pessoa para pessoa e entre culturas.
É provavelmente mais útil distinguir entre estes dois tipos de depressão e tratá-los adequadamente do que tentar diagnosticar a depressão como forma de doença mental, mesmo que os sintomas apresentados pela depressão reactiva correspondam aos critérios da depressão clínica. Por exemplo, Appleby e Condonis escreveram:
“Pensamentos e actos suicidas podem ser o resultado de tensões e perdas com as quais não se consegue lidar.
Numa sociedade onde o estigma e ignorância acerca da doença mental é significativo, a pessoa que experimenta comportamentos suicidários pode temer que os outros a considerem “louca” se revelarem os seus sentimentos, tornando-se relutantes em pedir ajuda durante a crise que atravessam. De qualquer forma, descrever alguém como “louco”, com fortes conotações negativas, não é, provavelmente, útil e o mais provável é dissuadir alguém de procurar ajuda o que se pode revelar bastante benéfico, independentemente de ser diagnosticada doença mental ou não.
As pessoas que sofrem de uma doença mental tal como a esquizofrenia ou depressão clínica têm índices significativamente mais altos de suicídio, embora sejam ainda uma minoria dos que tentam tal acto. Para estas pessoas, ter a sua doença correctamente diagnosticada, com um tratamento apropriado, pode ser uma forma de impedir o acto de suicídio.”
A citação acima foi retirada de “Hearing the cry: Suicide Prevention”, Appleby e Condonis, 1990. (ISBN 0-646-02395-0)
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